terça-feira, abril 10, 2007

summerteeth is back... with a vengeance.

Acabei de ver um documentário sobre o john lennon. As melhores partes são as dele com a yoko. Nunca vi maior exemplo de respeito, compromisso e amor do que os dois. John foi um dos maiores homens do século passado, um dos poucos homens de verdade que eu já "conheci". A parte que ele defende a yoko em rede nacional é a coisa mais sensata que alguém já disse na vida sobre o quanto a massa e a mídia podem ser ridículas. Eles defendendo a paz sem medo de ser piegas. Tá certo, é piegas mesmo e eu não concordo com a validade desse tipo de protesto. Mas eles queriam paz só para os dois e sacaram que o mundo não daria se não estivesse inteiro incluído no pacote. Ou eles fingem muito bem (sim, eles fingem muito bem e esse "ou" só está sendo usado na falta de uma palavra que denote mais incerteza quântica) ou eles realmente acreditavam naquilo. E não importa. Tudo que importava eram os dois. O cara mais perigoso do mundo e a garota mais estranha do japão fazendo uma piada/teatro cósmico na cara do mundo inteiro. Eu amo John. Eu amo Yoko.

E odeio todos vocês que perderam o entusiasmo. Odeio todos vocês que perderam a autenticidade. Vocês me enojam. Vocês que não vivem e preferem procurar uma carreira sólida que vocês não acreditam. Que preferem lamber sacos, sorrir pra todo mundo, concordar com tudo, criar úlceras e desavenças no quintal. Nem a tristeza de vocês é genuína. Esse blues diluído que vocês trocam por qualquer remédio que não precisam ou qualquer barra de chocolate ou qualquer alguém pra segurar a mão. Esse gostar das coisas simples e "hoje eu quero ver um filme bem levinho e esquecer do mundo". Eu gosto de gente que cutuca a ferida até a dor desistir e dar um tempo. Gosto de gente que acha de importância essencial defender seu sabor de sorvete preferido (chocolate, o clássico) e está pouco se importando se o bentinho traiu ou não traiu a capitu(traiu, óbvio). Quem acha tão divertido ficar bêbado até não sentir mais nada quanto desenvolver tendinite manuseando pilhas de vinis velhos só pra ganhar um sorriso ao encontrar um compacto do satchmo.

E de gente que saiba que os verdadeiros heróis estão mortos e que o satchmo era um deles. E o john também. Eu gosto de gente que saiba cair nas profundezas de aprender latim só por diversão, mas saiba exorcizar o siso com uma gargalhada e ir viver. Gosto de gente que não ri demais, mas quando ri é como se fosse uma cigarra e a gente fica com medo de explodir e só sobrar um exoesqueleto em sépia no sofá. De gente que ri das piadas sem graça e não entende a gargalhada do resto do cinema. Gosto das minhas pessoas esquisitas. Gosto das minhas pessoas que o resto do mundo acha um saco. As que não seguem lógica cartesiana e não tem vergonha de ligar de madrugada pra falar que lembrou o fim da piada. As que sabem dizer hoje eu não quero e não vou, mesmo que depois mudem de idéia e cheguem fingindo que nada aconteceu. A vida é bem melhor com elas e eu vi que deixa muitas que não são assim por perto. Os tempos de sorrisos acabaram, eu estou de volta. Não quero mais ter piedade com quem não merece estar por perto. Não tenho mais paciência. É hora de separar o joio do trigo. Fiquei meses escrevendo mal e com preguiça pra proteger os sentimentos das pessoas erradas. Voltei pra falar da única pessoa que realmente importa nessas horas: eu.
I'm gonna kick your door down.
Fiquem espertos.

sexta-feira, abril 06, 2007

eu poderia inventar um milhão de desculpas pra não estar escrevendo, mas a única possível é que eu sou um filhodaputa e tenho vergonha de tudo que eu tenho feito e não quero magoar ninguém que eu ame.

mas eu sou um filhodaputa e não acho que eu esteja certo. Mas quando isso tudo estourar eu vou ter umas histórias boas pra contar, ah se vou. A vida é cheia de possibilidades e é chato admitir que a única que eu não planejei tem sido a melhor, but that's the way we do in this rough town.

Eu devia ter um mínimo remorso de estar deliberadamente fazendo isso. Mas é o melhor que nós temos no momento.