terça-feira, março 20, 2007

st. james infirmary blues, parte 1.

Quando certa manhã matheus novaes acordou de sonhos intranqüilos, encontrou-se em sua cama picado por um inseto monstruoso. E foi pro hospital. E o hospital era uma solidão danada. A própria arquitetura do hospital já é uma coisa assustadora. Então o sujeito te coloca numa cadeira de rodas e te enfia num elevador inoxidável e fosco, com seu rosto virado diretamente para os fundos do elevador e são 10 andares de silêncio e tentar decifrar o seu reflexo naquela coisa fosca e tentar decidir se as coisas vão ser fáceis ou se vai doer, dar trabalho, tédio e seqüelas.

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Soro de seis em seis horas. É o momento em que uma das minhas mãos fica ocupada e a outra está fraca demais para segurar um livro sozinha. São também os momentos que eu descubro que realmente não consigo mais assistir tv. Não me descem 5 minutos de Globo sem me dar náuseas. Passou um documentário bonito e triste sobre o João do Valle na Cultura. Acho bonito quem descobre cedo que o grande segredo da vida é gostar das coisas simples. Eu ainda não descobri isso. Eu quero tudo e quero agora e não agüento ficar com o pé pra cima enquanto a vida corre e as coisas acontecem longe do meu alcance.