terça-feira, dezembro 19, 2006
King persuader, congratulations
Share her heart, you bought her soul
Princess confusion, come to me again
Saying goodbye was so much fun
Queria entender essa minha insistência babaca em ser legal, porque não importa se eu sou bom ou se ajo como um completo canalha, de uns tempos pra cá tem sempre um jeito de tudo dar errado muito antes do que eu queria.
Estou bêbado, essas músicas estão me partindo ao meio e sou um homem liquidado.
Bom dia pra todo mundo.
Share her heart, you bought her soul
Princess confusion, come to me again
Saying goodbye was so much fun
Queria entender essa minha insistência babaca em ser legal, porque não importa se eu sou bom ou se ajo como um completo canalha, de uns tempos pra cá tem sempre um jeito de tudo dar errado muito antes do que eu queria.
Estou bêbado, essas músicas estão me partindo ao meio e sou um homem liquidado.
Bom dia pra todo mundo.
segunda-feira, dezembro 18, 2006
everybody had a hard year
Ando contando estórias sobre você para estranhos sempre que eu bebo. Mas quem é você? Eu não sei decidir. Não sei de quem eu sinto falta, não sei nem se falta alguma coisa. Supostamente seria fácil simplificar minha vida se eu soubesse escolher, mas é sempre mais fácil culpar o tempo e a falta de sorte e coincidências. Mas eu lembro de você e de sonhos recorrentes com essa cidade que eu não conheço, mas está se tornando cada vez mais familiar. E era sempre só dobrar a esquina com a casa horrível de vidro (que poderia ser um show-room ou um consultório odontológico, tudo menos uma casa) e te encontrar tomando um sorvete e olhar pro lado e falar sobre o tempo e não perguntar se você ainda tá guardando um ano pra mim. Eu acho que você devia, porque tudo bem que eu desperdicei o outro mas nós sempre fomos o tipo de criminoso reincidente que sempre volta à cena do crime entre sorrisos e mordidas.
Essa cidade que eu não conheço é moldada pela minha falta de senso, e apesar de sua topologia ser muito verossímil aqui dentro da minha cabeça, eu não poderia desenhar um mapa pra ti. Ela tem partes intercambiáveis e se hoje ao norte tem concreto harmoniosamente armado e impessoal, amanhã pode ser um subúrbio doce com casas de madeira, campos de terra batida e crianças brincando na rua. Crianças não muito espertas dessa lado da cidade, diga-se de passagem. Mas a parte que eu te encontro é sempre a mesma e eu sempre insisto pra que chova, mas raramente sou atendido e você nunca mais usou aquele guarda-chuva e eu já emprestei aquele casaco pra tantas outras garotas, só pra te provocar mesmo sem você saber.
E bebendo encontro quem diga que pra decidir eu devia renunciar a tudo que uma saída iria milagrosamente aparecer. Mas eu nunca desisto, as coisas que acabam desistindo de mim. Quando meu fígado dói, a cidade acorda abafada. Normalmente só me resta rastejar até a cozinha, procurar uns analgésicos, deitar e esperar a chuva de verão, ótima desculpa pra não ir trabalhar. E deitado pensar na falta de inspiração, ótima desculpa pra não escrever. O que se prova só desculpa quando eu vejo que enchi quase 30 linhas falando sobre nada.
O problema não é a falta de inspiração, tem muita coisa boa e ruim na minha cabeça, mas eu não quero que você leia sabendo que é pra ti então continuo cantando trechos de músicas que você não ouve e esperando que você entenda. Faço do seu jeito, cortando as partes que realmente importam e deixando só o genérico. Os nossos segredos sempre brilharam pela ausência, sujeito elíptico, messias que não voltou, punctum sem studium. O grande problema sempre foi o salto para o óbvio.
Viver no obtuso é fácil demais, atiro de olhos fechados com minha arma de festim e você finge que acertei e que sangrou e finge até bem demais que morreu. Mas como fazer o salto? Como pular do ‘perfect on paper’ pra merda que é a vida real? Como renunciar ao passado e decidir deixar todos os planos pra lá por uma coisa que a gente sabe que se chegar a três meses é porque algum dos dois não sabe a história direito? Se pelo menos a gente tivesse fé em alguma coisa. Mas você não acredita mais em amor, cruzando os dedos pra estar errada. E eu acredito, mas prefiro sentar aqui e debochar de casais felizes contigo. Somos idiotas e estamos perdidos, mas por mim tudo okei enquanto você estiver por aqui.
Essa cidade que eu não conheço é moldada pela minha falta de senso, e apesar de sua topologia ser muito verossímil aqui dentro da minha cabeça, eu não poderia desenhar um mapa pra ti. Ela tem partes intercambiáveis e se hoje ao norte tem concreto harmoniosamente armado e impessoal, amanhã pode ser um subúrbio doce com casas de madeira, campos de terra batida e crianças brincando na rua. Crianças não muito espertas dessa lado da cidade, diga-se de passagem. Mas a parte que eu te encontro é sempre a mesma e eu sempre insisto pra que chova, mas raramente sou atendido e você nunca mais usou aquele guarda-chuva e eu já emprestei aquele casaco pra tantas outras garotas, só pra te provocar mesmo sem você saber.
E bebendo encontro quem diga que pra decidir eu devia renunciar a tudo que uma saída iria milagrosamente aparecer. Mas eu nunca desisto, as coisas que acabam desistindo de mim. Quando meu fígado dói, a cidade acorda abafada. Normalmente só me resta rastejar até a cozinha, procurar uns analgésicos, deitar e esperar a chuva de verão, ótima desculpa pra não ir trabalhar. E deitado pensar na falta de inspiração, ótima desculpa pra não escrever. O que se prova só desculpa quando eu vejo que enchi quase 30 linhas falando sobre nada.
O problema não é a falta de inspiração, tem muita coisa boa e ruim na minha cabeça, mas eu não quero que você leia sabendo que é pra ti então continuo cantando trechos de músicas que você não ouve e esperando que você entenda. Faço do seu jeito, cortando as partes que realmente importam e deixando só o genérico. Os nossos segredos sempre brilharam pela ausência, sujeito elíptico, messias que não voltou, punctum sem studium. O grande problema sempre foi o salto para o óbvio.
Viver no obtuso é fácil demais, atiro de olhos fechados com minha arma de festim e você finge que acertei e que sangrou e finge até bem demais que morreu. Mas como fazer o salto? Como pular do ‘perfect on paper’ pra merda que é a vida real? Como renunciar ao passado e decidir deixar todos os planos pra lá por uma coisa que a gente sabe que se chegar a três meses é porque algum dos dois não sabe a história direito? Se pelo menos a gente tivesse fé em alguma coisa. Mas você não acredita mais em amor, cruzando os dedos pra estar errada. E eu acredito, mas prefiro sentar aqui e debochar de casais felizes contigo. Somos idiotas e estamos perdidos, mas por mim tudo okei enquanto você estiver por aqui.
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